terça-feira, 17 de agosto de 2010

Pós-Impressionismo

 

Foram chamados pós-impressionistas alguns artistas que não mais seguiam os preceitos originais do impressionismo. Para eles, o impressionismo era superficial e retratava apenas cenas passageiras, sem dar muita importância nem aos sentimentos, nem aos acontecimentos políticos e sociais. Outros ainda sentiam-se insatisfeitos e limitados com a técnica impressionista.

Natureza morta de Cézanne

"Natureza morta com Prato com Cerejas", de Cézanne (1885-1887).

Nesse contexto, diversas tendências surgiram na pintura do fim do século 19 e início do século 20.

Alguns artistas pós-impressionistas
  • Paul Cézanne (1839-1906)
  • Foi um dos maiores intérpretes do impressionismo e da reação contra esse movimento. Segundo suas próprias palavras, "pintar não é meramente copiar o objeto". Seus quadros eram construções da natureza, um objeto em si.
    Ele estudava as formas geométricas. Com o tempo abandonou as idéias de representar o movimento (característica do impressionismo) e resolveu reconstruir a sensação da estrutura, densidade e peso dos objetos. Tentava simplificar as formas da natureza e reduzi-las a cilindros, esferas e cones. Via uma árvore, por exemplo, como um grande cilindro (tronco) e uma elipse (copa).
    "Natureza-morta com prato com cerejas" (acima, à direita) era um dos favoritos de Cézanne. É o resultado de muitos ensaios e estudos seus, realizados pelo artista contra as regras acadêmicas. Destaque para a disposição do prato com cerejas em relação ao restante da composição.
    Cézanne não se subordinava às leis da perspectiva. Também introduziu em suas obras distorções e alterações de ponto de vista, em benefício da composição ou para ressaltar o volume e o peso dos objetos. Tudo isso, mais a idéia de simplificação das formas já comentada, irá dar origem, no século 20, ao cubismo de Picasso e Braque.
  • Georges Seurat (1859-1891)
  • Observe a imagem a seguir:

    Reprodução

    "Um Domingo de Verão na Grande Jatte", Seurat (1884-1886).

    Repare na copa das árvores e no gramado. Nesses elementos pode-se observar nitidamente a técnica utilizada por Seurat para pintar o quadro: o pontilhismo.
    Ao utilizar cores puras (em vez de misturá-las), aplicou-as diretamente na tela, ele resolveu agrupar as pinceladas em formas de pontos. A técnica também foi muito utilizada pelo pintor francês Paul Signac.

  • Vincent van Gogh (1853-1890)
  • Van Gogh auto retrato

    "Auto Retrato", Van Gogh.

    Considerado um dos maiores pintores de todos os tempos, foi marginalizado pela sociedade durante sua vida. "Falhou" em todos os aspectos considerados importantes para a sociedade de sua época: não constituiu família, não conseguia custear a sua própria subsistência, sucumbiu a uma doença mental.
    Tinha personalidade intrigante. Oscilava entre a alegria e a tristeza, a esperança e o desespero, o amor e o ódio. Vivia uma dualidade emocional. Pintar passou a ser seu refúgio. Utilizava cores fortes para expressar seus sentimentos. Van Gogh dizia: "Pinto o que sinto e não apenas o que vejo".

    Vendeu apenas um quadro em vida, e ainda dizia: "Não posso evitar o fato de que meus quadros não sejam vendáveis. Mas virá o tempo em que as pessoas verão que eles valem mais que o preço da tinta" – e ele estava certo.

  • Na época que pintou "Girassóis" (1888), o mundo interior de Van Gogh é demonstrado na superfície do quadro, que parece agitada e fugindo de seu próprio controle, refletindo o estado de espírito do artista, aproximando-se do fim trágico da sua vida.

     

  • Van Gogh, como todos que estão a frente de seu tempo, foi um artista incompreendido.

    Era pouco conhecido na arte mundial na época de sua morte, mas em seguida sua fama cresceu rapidamente. Sua influência no Expressionismo e Fauvismo foi de grande valia, e pode ser visto em tantos outros aspectos na arte do século XX.

    Van Gogh era um rebelde, inclinado à solidão e insociável. Filho de pastor, nasceu em Groot-Zundert, na Holanda em 1853 e trabalhou como artista somente nos últimos dez anos de vida. Ou seja, dos 27 ao 37 anos.

    Na pintura, explicava sua tentativa de lutar contra a loucura da compreensão que tinha da essência espiritual do homem e da natureza.

    Fotografia de Vincent van Gogh, 1876 (fotógrafo anônimo)

    Desajustado no seu lar, em sua terra e em sua sociedade, foi frustrado em relação a constituição de família e amores. Teve dois romances que não deram certo e trabalhou como vendedor em uma livraria, auxiliar em uma galeria de arte e como pastor de igreja.

    Van Gogh ficou nesta casa em Cuesmes, perto de Bruxelas, em 1880. Foi na época que ele morou lá que decidiu tornar-se um artista.

    Inicialmente foi influenciado pelo pintor Rubens do Barroco e por gravuras japonesas, resultando em pinturas pesadas e sombrias.

    Depois das várias tentativas de empregar-se que não deram certo, decidiu que sua missão seria trazer consolação a humanidade através da arte e, mesmo que sofria de extrema pobreza e miséria, os dez anos antes de sua morte foram prodígios: cerca de 900 pinturas e desenhos.

    Os comedores de batatas, 1885. Óleo sobre tela. 82 x 114 cm. Museu Van Gogh, Amsterdã.

    Em 1886 foi a Paris para juntar-se a seu irmão Theodore, afetuosamente chamado de Theo, gerente da Goupil galeria. Foi seu amparo emocional, afetivo e econômico, pois van Gogh sobrevivia de favores e mesadas pagas por Theo. Lá, estudou com os impressionistas; entre eles Pissarro, Toulouse-Lautrec, Degas, Monet e Gauguin, e começou a iluminar sua paleta escura e a pintar com pinceladas bruscas e pequenas, como os impressionistas da época.

    Desenho com giz pastel feito por Toulouse Lautrec em 1887, retratando Van Gogh

    Van Gogh, Par de sapatos. 34 x 41cm. 1887.

    Van Gogh tornou-se obsessivo por valores expressivos e simbólicos da cor e começou a usá-las como reprodução de aparições visuais, atmosferas e luz. Quanto a isso, dizia: “Ao invés de tentar reproduzir exatamente o que eu tenho sob meus olhos, eu uso a cor mais para expressar-me do que de forma forçada”.

    Natureza morta com Absinto. Óleo sobre tela. 46 x 33cm, 1887. Van Gogh – como a maioria dos impressionistas – tomava Absinto, bebida com alto teor alcólico. Alguns historiadores chegaram a associar seus problemas de saúde pela alta quantidade da bebida consumida pelo pintor.

    Afirmava que não queria pintar quadros, e sim pintar a vida, pois seus temas são a sua terra (paisagens, trigais, campo, naturezas-mortas) e os homens simples (camponeses, mineiros). Era contra o academicismo técnico, pois não desejava fazer uma pintura clássica, pintar "gente que não trabalha".

    Planalto de La Crau, com Montmajour ao fundo. 73 x 92 cm, 1888.

     

    Tinha um temperamento explosivo e nervoso, o que o tornou ser uma companhia difícil de aturar. Mudou-se para Arles (França) onde achava que faria novos amigos, ou que seus amigos iriam junto, ajudando-o a fundar uma escola de arte.

    Gauguin foi o único que levou a idéia a sério, o que fez com que ficasse hospedado na casa de van Gogh, onde pintavam, bebiam, discutiam idéias e iam a bordéis juntos. Van Gogh admirava Gauguin e chegou a enfeitar o quartinho que Gauguin ficaria em sua casa, com quadros de girassóis amarelos.

    Sobre a orelha cortada, alguns pesquisadores dizem que ele sofria de uma doença compulsiva que o fazia sentir muita dor, e que, com o corte da orelha ele poderia “aliviar” essa dor. Várias interpretações foram dadas por biógrafos e historiadores. [orelha.jpg]

    A versão mais aceita atualmente é a de que, como sofria de lapsos de epilepsia, crises de humor e mania de perseguição, ele haveria discutido e agredido o amigo Gauguin, tentando feri-lo com uma navalha. Tendo perdido a ‘luta’, é levado para a cama em lágrimas e com descontrole muscular. Arrependido, corta de propósito um pedaço da orelha e manda num envelope/jornal à mulher que motivou a briga, uma prostituta. Disse ainda à prostituta que se chamava Rachel que "guardasse esse objeto com cuidado."

     

    Campo de trigo com corvos, 1890. 50 x 103 cm.

    Alguns historiadores relatam ser sua última tela e retrata justamente os corvos sobrevoando belíssimos trigais; o céu escuro e baixo, e os corvos ameaçadores incorporam seus graves problemas. Descreveu-o como “vastas extensões de trigo sob céu tormentoso... não precisei me esforçar para expressar tristeza e o extremo da solidão”. Horas antes de morrer teria dito ao irmão Théo: "A miséria triunfou mais uma vez. A fome...!" Ele é socorrido, mas não resiste, sendo sepultado em 30 de julho de 1890.]

    Assista a um trecho do filme "Sede de Viver", filme que retrata a vida de Van Gogh (de 1956):
    Aparecendo a cena em que ele estuda as pessoas para fazer "Os comedores de Batata", além de aparições de Pissarro e também de Seurat. Muito legal!

     

     

     

    PAUL GAUGUIN

    Como o seu amigo Van Gogh, Paul Gauguin pinta a natureza tal como ele a sente. É um pintor desligado do impressionismo. Na sua obra, a forma já não se sujeita à cor. O seu intenso cromatismo afasta-o de qualquer limitação naturalista; aplica as cores em amplas superfícies de contornos definidos.

    Conhece de perto a pintura de Cézanne e de Pissarro e, seduzido pela obra de Émile Bernard, mestre do grupo de paisagistas de Pont-Aven (na Bretanha), adopta a composição com figuras de formas simples sobre fundos abstractos. De entre as obras ambientadas na Bretanha sobressaem Le Christ Jaune e La Vision aprés le Sermon.

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    Le Christ Jaune

     

    Instalado nos Mares do Sul, enamora-se da vida simples e amável dos indígenas polinésios, que se tornam no seu principal tema pictórico. Os protagonistas destes quadros são as mulheres e a vegetação tropical. Há que citar Femmes de Tahiti sur la Plage, Nave Nave Mahana, Te Tamari No Atua.

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    Femmes de Tahiti sur la Plage

    Nos seus últimos tempos, Gauguin, desalentado e doente, pinta uma série de quadros que expressam uma profunda preocupação existencial unida a uma sensualidade intensa, selvagem e perturbadora (Te Rerioa, Et l’or de leur corps, Les Seins aus Fleurs Rouges, Never More).

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    Les Seins aus Fleurs Rouges

     

    Gauguin Et l'or de leur corps

    Et l’or de leur corps

    IMPRESSIONISMO

     

    O Impressionismo é um movimento artístico surgido na França no século XIX que criou uma nova visão conceitual da natureza utilizando pinceladas soltas dando ênfase na luz e no movimento. Geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as nuances da luz e da natureza.

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        A arte alegre e vibrante dos impressionistas enche os olhos de cor e luz. A presença dos contrastes, da natureza, transparências luminosas, claridade das cores, sugestão de felicidade e de vida harmoniosa transparecem nas imagens criadas pelos impressionistas.

        Os impressionistas retratam em suas telas os reflexos e efeitos que a luz do sol produz nas cores da natureza. A fonte das cores estava nos raios do sol. Uma mudança no ângulo destes raios implica na alteração de cores e tons. É comum um mesmo motivo ser retratado diversas vezes no mesmo local, porém com as variações causadas pela mudanças nas horas do dia e nas estações ao longo do ano.

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        O Impressionismo mostra a graciosidade das pinceladas, a intensidade das cores e a sensibilidade do artista, que em conjunto emocionam quem contempla suas obras.

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    O Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do século XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas, que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados que caracterizaram a pintura impressionista.

    Principais características da pintura:

    * A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.

    * As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar imagens.

    * As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no passado.

    * Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos.

    * As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se óptica.

    A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas o público e a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura.

     

    Principais artistas:

     

    Claude Monet  - incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou vários motivos em diversas horas do dia, afim de estudar as mutações coloridas do ambiente com sua luminosidade.

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    Claude Monet (1840-1926) fez parte do movimento impressionista na França, que teve início em 1874 com a primeira exposição do grupo no ateliê do fotógrafo Maurice Nadar. A denominação Impressionismo foi dada a partir de uma declaração pejorativa do crítico de arte francês Louis Leroy ao ver a tela de Monet Impression du Soleil Levant (ver quadro  abaixo). O grupo ficou conhecido por realizar uma pintura ao ar livre, em frente ao motivo, numa nova concepção de pintura, de celebração dos espaços do mundo e da luz. Adotando um princípio dinâmico por excelência, o grupo também eliminou as referências mitológicas, religiosas e históricas para refletir a vida contemporânea e a nova Paris, as impressões momentâneas e fugazes de seu cotidiano.

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    Pierre Auguste Renoir (França - 1841-1919)

    Claude Monet Painting in His Garden at Argenteuil by Pierre-Auguste RenoirSem dúvida é um dos artistas mais conhecidos e apreciados. Por que isso? Talvez pela sua maneira de procurar sempre retratar o que é bonito e agradável e deixar os problemas e as coisa feias para o universo do mundo real. Para o seu mundo de artista Renoir levava unicamente o que lhe fazia bem aos olhos e a alma. Por isso é fácil gostar de sua arte: não precisa ser interpretada ou lida de modo intelectualizado e nem confrontada com princípios ou idéias. Sem ser revolucionário e sem radicalizar contra qualquer conceito, Renoir firmou-se por uma aceitação quase universal. renoir-grenouillere

    A sua idéia não era exatamente retratar a realidade, mas a maneira como essa realidade lhe causava uma impressão no instante dado. Junto com outros, como Monet que era seu principal amigo, criou assim a escola impressionista, em Paris, no final do século XIX. (fonte do texto: www.cyberartes.com.br)

     

    Edgar Degas - sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres fizeram com que valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era a grande paixão do Impressionismo. Além disso, foi pintor de poucas paisagens e cenas ao ar livre.

    Os ambientes de seus quadros são interiores e a luz é artificial. Sua grande preocupação era flagrar um instante da vida das pessoas, aprender um momento do movimento de um corpo ou da expressão de um rosto. Adorava o teatro de bailados.

     

    Camille Pissarro (1830-903)

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    foi uma espécie de guru dos impressionistas. Participou de todas as exposições do grupo e influenciou Paul Cézanne (1839-1906) e Paul Gauguin (1848- 1903). Outros grandes nomes do movimento, como Claude Monet (1840-1926) e Alfred Sisley (1839-1899), freqüentaram sua casa de Éragny-sur-Epte, ao norte de Paris. Aluno do realista Camille Corot (1796- 1875) na juventude, Pissarro começou pintando paisagens e só mais tarde adicionou a presença humana a seus quadros. Ligado ao anarquismo, gostava de retratar trabalhadores.

     

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    O tema pouco glamouroso e a rejeição da crítica ao impressionismo dificultaram a venda de suas obras. Por isso, passou dificuldades. Em 1885, aderiu ao pontilhismo, mas foi criticado e o deixou. É mais lembrado pelo belo uso da luz em sua fase impressionista.

    quinta-feira, 1 de julho de 2010

    Arte Minimalista

     

    Uma cadeira com uma perna maior do que a outra, uma sobreposição de traves de madeira de uma forma aparentemente comum, a louça de um lavatório colocado de baixo para cima, uma pintura sem título com duas zonas pintadas de cor diferente, um conjunto de lâmpadas fluorescentes dispostas em fila indiana e a representação de um quadrado amarelo gigante feito de alcatifa. Eis um conjunto mínimo de exemplos do que poderia ser incluído numa exposição de arte designada “minimalista”.

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    Este movimento artístico, que ainda possui muitos seguidores em todo o mundo, teve o seu grande período de afirmação nas décadas de 60 e 70. No entanto, poder-se-ão detectar diversos sinais antecessores nas décadas de 40 e, sobretudo, de 50. O seu principal centro de divulgação, por essa altura, encontrava-se nos Estados Unidos da América, com especial destaque para as cidades de Nova Iorque e Los Angeles, onde um número apreciável de artistas começou a produzir uma série de trabalhos artísticos, que iam definitivamente contra tudo aquilo que havia sido estipulado durante séculos como obra de arte.

    Estes artistas pretendiam reagir não só a então novas correntes artísticas, como o Expressionismo Abstracto e a Arte Pop, como a todas as ideias que defendiam a arte como algo profusamente elaborado e, sobretudo, feita para agradar os sentidos através da complexidade de cores e formas. A arte minimalista preza a simplicidade, o completo despojamento e não se esquiva a recorrer a objectos e materiais durante muito tempo inconcebíveis de ser utilizados em arte. No entanto, o tamanho e a dimensão das suas obras varia desde um simples objecto que cabe na mão ou uma pequena gravura, até uma construção geométrica em mais do que uma secção e que ocupa várias salas ou um imenso painel ocupando uma vasta parede de 30 metros por 15.

    Sem dúvida, que esta corrente artística terá chocado tanto a generalidade dos críticos de arte, muito confortáveis nas suas concepções adquiridas e julgada sapiência, como muitos dos visitantes dos museus e galerias de arte onde as suas obras conseguiram ver-se expostas. Como colocar no mesmo plano uma pintura de Jeronimus Bosch representando o juízo final e o urinol de porcelana de Marcel Duchamp?

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    Donald Judd

    Se o expressionismo abstrato dominava as décadas de 1940 e 1950, o minimalismo era fenômeno dos anos 60. Conceito amplo, o minimalismo alude ou à redução da variedade visual numa imagem, ou ao nível de esforço artístico necessário para produzir tal redução.

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    A conseqüência é uma forma de arte mais pura e livre de mistura que quaisquer outras, despojada de referências não-essenciais e incontaminada pela subjetividade.

    Recorrendo a poucos elementos plásticos e compositivos reduzidos a geometrias básicas, procura a essência expressiva das formas, do espaço, da cor e dos materiais enquanto elementos fundadores da obra de arte. "menos é mais".

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    O artista minimalista mais representativo foi o pintor Frank Stella, conhecido pelas suas pinturas austeras, constituídas por linhas e riscas de cor, paralelas, e pelas formas variadas e irregulares, embora geralmente simétricas, dos quadros

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    Embora tenha começado na pintura, a Arte Minimalista conheceu o seu maior desenvolvimento na escultura. Os escultores usam normalmente processos e materiais industriais, como aço, plástico ou lâmpadas fluorescentes, na produção de formas geométricas, explorando as relações espaciais e a capacidade de a escultura interagir com o espaço envolvente, apostando na experiência corporal do próprio espectador.

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    Donal Judd

    Destacam-se as obras de Donald Judd, com as suas caixas uniformes em madeira, metal ou acrílico, pintadas com cores fortes, de Dan Flavin, com esculturas produzidas com tubos de luz fluorescente, de Sol LeWitt, com as construções em cubos e pinturas geométricas e de outros artistas como Robert Morris, Carl André, Richard Serra e Yves Klein

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    Dan Flavin

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    Sol Lewitt

     

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    Robert Morris

     

     

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    Carl André

    quinta-feira, 17 de junho de 2010

    Expressionismo Abstrato

     

    O Expressionismo Abstrato foi um movimento que floresceu em Nova York a partir de 1940 e acabou exercendo forte influência sobre a Europa nas décadas de 50 e 60 desse século

         Foi o primeiro movimento que seguiu o caminho inverso do tradicional: em vez de seguir da Europa para a América, foi da América para a Europa.

         Entretanto, esse termo já era utilizado para alguns trabalhos de Kandinsky, em especial os do começo de sua carreira.

    Anunciava o surgimento de uma arte "verdadeiramente norte-americana", com forte domínio do subconsciente

    KANDINSKY (Vassili), pintor francês de origem russa (Moscou, 1866 – Neuilly-sur-Seine, 1944). Um dos iniciadores da pintura abstrata

     

    Guiados pelo automatismo

         O automatismo, conceito forte em movimentos como o Surrealismo, aqui também encontra-se presente, principalmente na forma das Action Paintings) e tinha, entre seu principal expoente, Jackson Pollock.

    AUTOMATISMO

    s.m. Caráter do que é automático. / Falta de vontade própria. / Diz-se de uma atividade literária, em que o autor se deixa levar exclusivamente pelo subconsciente.

         As principais características do Expressionismo Abstrato eram a revolta contra a pintura tradicional, a liberdade e a espontaneidade.

         Quanto à espontaneidade, em especial, as Action Paintings de Pollock - outro nome pelo qual é conhecido o Expressionismo Abstrato, ou seja, um método de pintura que privilegiava a rapidez da execução, a espontaneidade "eruptiva" e condenava a premeditação - são bastante bem sucedidas.

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    Esse método foi introduzido nos Estados Unidos principalmente pela presença de franceses surrealistas refugiados de guerra, em especial, André Masson que, apesar de surrealista, possuía divergências com o estilo de Breton.

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    Métodos em nada
    acadêmicos

         Jackson Pollock foi um dos artistas americanos mais influenciado por Masson, como atestam obras como "Esforço para Dormir".  O artista, entretanto, consegue imprimir sua própria leitura e estilo à herança surrealista francesa, como atesta "A Loba" (The She-Wolf).

         Ele também descarta as imagens fantásticas do grupo europeu, priorizando as abstrações. "Retrato e um Sonho", de 1953, é outra obra representativa do artista.

         Morto em acidente em 1956, Pollock é considerado um dos principais nomes da pintura norte-americana.

         Um dos aspectos mais curiosos ligados à sua personalidade era a maneira como realizava suas obras: estendia a tela no chão, utilizando-se de varas, facas, colheres de pedreiros, gotejamento de líquidos e até areia, com a finalidade de tornar-se parte integrante de sua obra e fazer com que "a vida" da pintura "viesse à tona" (daí o conceito de Action Painting).

    O termo expressionismo abstrato, entretanto, acabou ainda sendo aplicado à obra de artistas como Willem de Kooning (nascido na Holanda) e Mark Rothko (nascido na Rússia).

         Nem o primeiro possui uma obra considerada totalmente abstrata, nem o segundo uma obra considerada expressionista (é menos agitada que a de seus colegas americanos, sendo chamada de color field painting e não de action painting).

         O Tachismo, ou a marca deixada pelo pincel, baseada na caligrafia oriental (em especial a chinesa), também teve grande influência sobre o Expressionismo Abstrato.

    TACHISMO

    s.m. Uma das tendências da pintura abstrata dos anos 50, caracterizada pela projeção de manchas e formas como que caligráficas, feitas com as bisnagas de tinta diretamente sobre o suporte do quadro (Mathieu, Degottex, Wols etc.).
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